Deputado do PT enfrenta novo pedido de cassação após protestar em mercado no Paraná

Por Gazeta do Povo

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Renato Freitas está no primeiro mandato de deputado estadual pelo PT. (Foto: Orlando Kissner/Alep)

Os deputado estaduais Ricardo Arruda (PL) e Tito Barichello (União Brasil) e os vereadores de Curitiba Bruno Secco (PMB) e  Guilherme Kilter (Novo), apresentaram, nesta sexta-feira (27), à presidência da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) representações por quebra de decoro parlamentar, com pedido de perda de mandato, contra o deputado Renato Freitas (PT). As representações foram motivadas após Freitas ter protestado em um supermercado de Curitiba na última quarta-feira (25).

Na ocasião, o deputado do PT participou de um protesto contra a morte de Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, ocorrida em 19 de junho. O jovem teria supostamente furtado produtos no mercado e na sequência foi espancado por quatro homens, sendo dois funcionários do mercado. O corpo dele foi abandonado em uma rua próxima ao estabelecimento. A Polícia Civil do Paraná está investigando o caso.

No protesto, Renato Freitas usou um megafone para falar aos clientes e funcionários do mercado. E durante 15 minutos travaram os caixas, não permitindo que clientes pudessem concluir as compras. “Não estamos fazendo teatro, não estamos em eleição para ganhar votos. É por isso que nós estamos travando os caixas do mercado. Não para incomodar nos 15 minutos de fila. É que tem um corpo no caminho, tem sangue no produto, tem uma mãe de luto na fila”, falou o parlamentar petista durante o protesto.

Na representação apresentada por Tito Barichello, ele afirma que Renato Freitas “protagonizou atos que configuram, de forma evidente, abuso reiterado de prerrogativas parlamentares, incompatíveis com a dignidade do cargo que ocupa”. Já Bruno Secco escreveu que “embora o tema envolva questão sensível — a morte de um jovem após suposto furto — o ato extrapolou os limites da razoabilidade e resultou em constrangimento a clientes, trabalhadores e demais cidadãos que não têm qualquer relação com o fato protestado.”

As quatro representações foram protocoladas na presidência da Alep e seguirão para a Corregedoria da Casa. Na sequência deverão ser encaminhadas ao Código de Ética e do Decoro Parlamentar do Legislativo estadual, que poderá uni-las em apenas uma, visto que se trata do mesmo assunto.

Em vídeo enviado à reportagem da Gazeta do Povo, o deputado Renato Freitas chamou os deputados e vereadores que entraram com as representações de “hipócritas”. “Eles dizem que ‘o protesto era legítimo’, mas não estavam lá protestando. ‘Mas a forma foi errada’, mas não estavam lá para propor a forma correta. Os hipócritas”, afirmou. “Querem que deixem de olhar um inocente assassinado e passem a olhar a mim, novamente, como vilão. Fizeram isso no caso da igreja e fizeram novamente agora”, disse.

Vereador quer acionar o Ministério Público contra Renato Freitas

Fora do âmbito da Alep, o vereador Rodrigo Marcial (Novo) entrou com requerimento na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) para que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) seja acionado nesse caso. Na proposição, o vereador sugere uma ação penal pública contra o deputado Renato Freitas por possível prática do crime de sabotagem.

“No decorrer da ação [no mercado], o parlamentar estadual é visto visivelmente alterado e utilizando-se de força para impedir o curso normal do trabalho dos funcionários do comércio”, justifica Marcial na proposição encaminhada à Mesa Diretora da CMC.

Deputado do PT coleciona polêmicas e pedidos de cassação

Esse é mais um episódio no qual Renato Freitas se envolve e gera polêmica. Antes de ser eleito vereador, em 2016, ainda como candidato, foi preso pela Guarda Municipal por desacato após ouvir música em volume alto. Em 2018, entrou em conflito com guardas municipais e foi contido com munição menos letal. Em 2020, depois de ser eleito vereador, foi flagrado pichando um mercado em Curitiba.

Já vereador, em 2021, foi detido pela Polícia Militar por obstrução enquanto policiais abordavam uma outra pessoa. No ano seguinte, foi detido pela Guarda Municipal durante ato contra o governo Bolsonaro.

Ainda em 2022, ele chegou a ter o mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar ao ter invadido uma igreja no centro histórico de Curitiba. O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, restabeleceu o mandato e ele pôde se candidatar a deputado estadual.

Depois de eleito deputado estadual, em 2023, Renato Freitas foi alvo de um boletim de ocorrência por supostamente ter ameaçado o deputado Ricardo Arruda (PL). Nesse mesmo ano, ele foi retirado de um voo em Foz do Iguaçu após ter se negado a passar pela revista da Polícia Federal.

Ainda em 2023, o deputado chamou o então presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD), de “corrupto”. Como consequência, foi condenado pelo Conselho de Ética, mas a representação acabou sendo arquivada no ano seguinte.

Neste ano, o deputado estadual Tito Barichello apresentou uma representação contra o deputado do PT por quebra de decoro parlamentar após o petista ofender parlamentares na Alep e agredir um assessor.

Por Gustavo Ribeiro

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