A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) trocou farpas pelas redes sociais com o vereador Guilherme Kilter (Novo) por conta dos gastos da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. A discussão aconteceu após o parlamentar mover uma ação popular contra a socióloga que questiona do fato dela manter uma estrutura de ao menos 12 assessores e já ter gastado R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do governo Lula.
Em sua postagem, Gleisi afirma que Janja sofre ataques por atuar em causas relevantes, como os direitos das mulheres e o combate à fome. Ela ainda se referiu a Kilter como integrante ” da turma do cassado Dallagnol”, afirmando que sua ação é “tão mal preparada que nem o Judiciário sabe por onde deve tramitar”.
O vereador respondeu o post de Gleisi e disse que sua ação não é machista. Segundo ele, sua solicitação demonstra “zelo pelo dinheiro público”.
“É só a “companheira” parar de fazer festa com nosso dinheiro que eu deixo ela em paz, Gleisi. Não é machismo, é zelo pelo dinheiro público”, escreveu o vereador.
Impasse
A ação movida por Guilherme Kilter (Novo) tem gerado um impasse na Justiça Federal, com jogo de empurra entre juízes de Curitiba e do Distrito Federal sobre onde o caso deve tramitar. Caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) definir quem vai analisar a questão.
Logo após a reportagem do Estadão, no mês passado, que mostrou a estrutura de ao menos 12 assessores de Janja e seus gastos de viagens, o vereador acionou a Justiça Federal de Curitiba pedindo a imediata exoneração dos servidores que trabalham para Janja, assim como a desocupação do gabinete ocupado pela primeira-dama no terceiro andar do Palácio do Planalto, a poucos metros do de Lula, onde ela despacha.
Desde então, a ação já foi remetida pela Justiça Federal de Curitiba para a Justiça Federal de Brasília — que, por sua vez, mandou enviá-la para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir de quem é a competência, já que os juízes de Curitiba e Brasília querem jogar o processo para o colo do outro. O STJ, porém, só deve começar a analisar o caso a partir de fevereiro, com o fim do recesso.
Na prática, se os pedidos forem aceitos, Janja não só perderá a estrutura que lhe presta assessoria diariamente como seria desalojada do Palácio do Planalto. Kilter também quer o ressarcimento aos cofres públicos das despesas custeadas pelos cofres públicos com a equipe de Janja, incluindo passagens, diárias e remuneração de servidores.
Por: O GLOBO